O Museu Imaginário pertence-nos, ainda que ainda não o tenhamos visto.
O Museu Imaginário explora-se - não se visita, pois visitas fazemos aos lugares a que não pertencemos.
O Museu Imaginário pode ser em qualquer lugar, desde que haja quem o queira habitar.
O Museu Imaginário está cheio de curiosidades, mesmo que à primeira vista pareça estar vazio.
O Museu Imaginário é do tamanho da vontade que temos, - maior ou menor - para nos fazermos ao caminho.
O Museu Imaginário está aberto dia e noite, noite e dia, assim as pálpebras não se fechem…
Contexto
O Museu Imaginário surge do desejo de desenvolver um projecto de ocupação do espaço público, envolvendo a comunidade. Trata-se de organizar percursos pelas cidades, aldeias, parques, edifícios, entre outros, valorizando o que existe (e sempre existiu). O projecto surge no âmbito da Conferência Em nome das artes ou em nome dos públicos? Certezas Provisórias, que decorreu no Museu de Serralves em 2013. O espaço ocupado foi o Parque de Serralves, lugar que se identifica como único na sua época, enquanto obra de arquitectura paisagística em Portugal, e que continua na actualidade a manter as suas principais características. Espaço que importa pensar em mutação, não apenas pela sua condição irrevogavelmente natural, mas por ser fruto de intervenções humanas que lhe deram origem, o modelaram e transformaram. O Museu Imaginário pretende promover a experiência, o diálogo e a reflexão sobre as relações que as pessoas e as comunidades estabelecem com os lugares, nomeadamente os espaços exteriores. O projecto tem como referência o pensamento de Bruno Munari sobre arte, design e educação.
Nota descritiva
Em O Museu Imaginário palpitam dois ritmos ou campos de acção: o arqueológico ou histórico, por um lado, e o artístico ou criativo, por outro. No primeiro, desenvolvemos o olhar sobre o espaço que nos rodeia, procurando nele a sua história, ou estórias, reflectindo desse modo sobre a nossa própria história. No segundo, o olhar é impregnado pela fantasia provocada pelas histórias contadas pela mediadora-performer. Deste modo, uma nova percepção do espaço ou objectos emerge da observação da sua estrutura material, promovendo um novo sentir do mundo que habitamos.Este projecto dirige-se a todas as gerações e proveniências culturais. As histórias são contadas em poucas palavras, recorrendo-se à tradução (caso haja necessidade) do essencial para a compreensão do discurso.